Normalmente aqueles que acreditam num Dilúvio Local, o aceitam porque eles já têm aceitado a história evolúcionaria da terra que interpreta o registro fóssil como uma história sequencial do aparecimento de vida na terra durante um periodo de milhões de anos. È incrível notar que os homens de ciência do passado aceitavam o registro fóssil como uma consequência de um Dilúvio Global. Aqueles que acreditam em milhões de anos simplesmente ignoram as evidências do Dilúvio, porque eles têm um compromisso prévio com o uniformitarianismo. Há vários indícios de que o Dilúvio foi Universal:
1. Se o Dilúvio afetasse somente a área da Mesopotâmia, porque então Noé precisou construir uma Arca? Ele poderia ter emigrado para um planalto mais alto, ou uma montanha mais alta de uma outra região e assim ter escapado o dilúvio local.
2. Se o Dilúvio fosse local, as pessoas que não viviam perto da região onde o Dilúvio aconteceu, não teriam sido afetadas pelo Dilúvio. Eles teriam escapado o Juízo de Deus sobre o pecado.
3. Jesus acreditava que o Dilúvio matou todos os que não estavam na Arca (Mateus 24.37-39). Pedro também compara o Juízo futuro por fogo com o Juízo passado por água (2 Pedro 3). Um Juízo parcial nos dias de Noé resultará então num Juízo parcial no porvir.
4. Se o Dilúvio fosse local, como que a água se levantaria mais que 6 metros acima das montanhas (Gn 7:20). A água procura o seu próprio nível; ela não poderia estar acima da montanhas locais deixando o resto do mundo intocável. É bom lembrar que existe muitos lugares na Mesopotâmia que estão acima do nível do mar como as montanhas de Zagros (4,548 m), Cheekha Dar (3,611 m) e os próprios montes de Ararat na Turquia (5,137 m).
6. Se o Dilúvio fosse local, porque então Deus enviou os animais para a Arca para escapar da morte? Haveria outros animais em outras área que poderiam dar continuidade a espécie mesmo que aqueles outros morressem.
7. Se o Dilúvio fosse local, porque os pássaros foram enviados para a Arca? Os pássaros podem voar centenas de kilometros por dia. Eles simplesmente poderiam voar para uma região não inundada.
8. As evidências do Dilúvio podem ser vistas em toda parte da terra (e não só na Mesopotâmia). Independente se nós viajamos de avião, trem ou carro, nós observamos características físicas e geológicas que claramente indicam um passado catastrófico.
9. A crostra terrestre tem quantidade enormes de rochas sedimentárias, as vezes com kilometros de profundidade. Estas camadas de areia, solo e material eram uma vez macias como a lama, mas agora são pedras endurecidas. E é nestas camadas sedimentárias que nós encontramos bilhões de coisas mortas (fósseis de plantas e animais) enterradas muito depressa.
10. Há tradições do Dilúvio espalhadas por quase todas as culturas. Isto atesta a universalidade do Dilúvio. A população pós-diluviana levaria as idéias do Dilúvio consigo. Embora os relatos de grupos isolados mudasse com o tempo, a idéia básica de um Dilúvio Universal e segurança num barco com poucos sobreviventes permaneceria intocável. Estes relatos são encontrados em muitas culturas como: América do Sul, América do Norte, Austrália, Papua Nova Guiné, Japão, China, Índia, Oriente Médio, Europa e África.
11. Em Gênesis 6.13, Deus claramente diz que o Dilúvio é juízo não somente sobre a carne, mas também a terra.
12. Há uma ênfase em palavras universais. No relato do Dilúvio a frequência da palavra “toda, todos” (kol) indica que Deus está enfatizando a universalidade do Dilúvio (Gn 7.19-23). A passagem de Gn 7.19 traz ainda um duplo kol, que quase constitui um superlativo hebraico. Para enfatizar isto, Deus faz uma comparação das medidas das águas com o único padrão de medida para tais águas – as montanhas. Esta expressão é suficiente para trazer a mente de qualquer leitor a absoluta universalidade do Dilúvio. Temos ainda passagens como Gn 7.3 e 8.9 que indicam um mandato universal.
13. Citações no NT acerca do Dilúvio pressupõe que ele foi universal (Mateus 24.39, Lucas 17.27, 1 Pe 3.20, 2 Pe 2.5, 2 Pedro 3.6, Hb 11.7).
14. A Bíblia usa palavras especiais para o Dilúvio de Noé. No hebraicomabbûl e no grego kataklusmos. Compare com as palavras usadas para descrever inundações locais: hebraico (sheteph, nahar, nachal, zaram); e grego plemmura.
Testemunho Universal
Como mencionado antes, há tradições (mais de 200) do Dilúvio espalhadas por quase todas as culturas. Veja estas tradições:
1. Babilônia: Berosus (300 A.C.) diz dos arquivos no templo de Marduk: Xisuthros, um rei, foi aconselhado por um dos deuses a construir um barco, e levar nele seus amigos, parentes e todos tipos de animais, com toda comida necessária. Então ele construiu um imenso barco, o qual ficou preso na Armênia após o Dilúvio. Quando as águas começaram a baixar ele enviou pássaros. Depois da terceira vez eles não retornaram. Ele então saiu do barco, construiu um altar e ofereceu sacrificios.
2. Egito: Os egípcios tinham uma lenda de que os deuses certa vez purificaram a terra com um grande Dilúvio. Apenas uns poucos pastores escaparam.
3. Grécia: Zeus certa vez decidiu destruir os homens por causa da iniquidade humana. Prometeu, o criador dos homens, avisou o seu filho humano Deucalion e sua esposa acerca do juízo de Zeus. Prometeu então os colocou numa Arca. Choveu por nove dias e todo o mundo foi inundado pelas águas. A única porção de terra que não foi inundada foi o pico do Mt. Parnassus e o Mt. Olimpo (a morada dos deuses). A Arca repousou no Mt. Parnassus e Deucalion e sua esposa sob a instrução de Zeus repopularam a terra.
4. Índia: Segundo a tradição Hindu, Manu enquanto se lavava num rio, salvou um pequeno peixe de ser comigo por um peixe maior. O peixe prometeu salvar Manu num tempo oportuno se ele cuidasse dele até que ele estivesse crescido. Manu então colocou o peixe num pote de barro para protegê-lo. O peixe cresceu, e cada vez que o peixe se tornava maior que o pote, Manu providenciava um pote maior. Finalmnete, o peixe se tornou um ghasha, um dos maiores peixes do mundo. Como prometido, o peixe avisou Manu que um Dilúvio estava por vir e destruiria tudo na terra. Ele instruiu Manu a construir um grande barco, quando começou a chover, Manu pendurou uma corda do barco ao ghasha. O peixe guiou o barco enquanto as águas subiam. O mundo inteiro foi coberto por águas. Quando as águas começaram a baixar, o ghasha guiou o barco até o topo de um monte.
5. China: Uma tradição chinesa conta a respeito da família de Fa-He que foi salva de um grande Dilúvio, enviada pelos céus por causa da rebelião humana. Enquanto o mundo inteiro foi inundado, Fa-He, sua esposa, seus três filhos e três filhas foram salvos numa Arca. Eles então repopularam a terra. Fa-He é considerado o fundador da civilização chinesa.
6. Inglaterra: Os druídas tinham uma lenda que o mundo tinha sido repopulado através de um justo patriarca que tinha sido salvo de um Dilúvio numa Arca. O Dilúvio foi enviado para destruir o homem por causa de sua iniquidade.
7. Polinésia: Eles tinham estórias do dilúvio em que 8 pessoas tinham sido salvas.
8. México: Os nativos de Toltec tinham uma lenda dizendo que a criação original tinha durado 1716 anos, e foi destruída por um Dilúvio, onde somente uma família sobreviveu. Os Aztecas contavam que um homem chamado Tapi, que era piedoso, foi avisado pelo criador que ele deveria construir uma arca. Ele foi instruido a levar sua esposa, um par de cada animal que estava vivo para sua Arca. Naturalmente todos pensaram que ele estava louco. Mas, começou a chover e veio o Dilúvio. Os homens e animais tentaram escalar as montanhas, mas as montanhas foram inundadas também. Finalmente a chuva parou. Tapi soltou uma pomba e ela não retornou.
9. Peru: Os Incas contam que durante um período chamado de Pachachama as pessoas tinham se tornado más. Seus atos eram maus e eles haviam negligenciado os deuses. Apenas aqueles que viviam nos altos Andes permaneceram justos. Avisados por uma llama que um grande Dilúvio estava para vir, dois irmãos tomaram suas famílias e se esconderam nuva caverna nas altas montanhas. Choveu por 4 mese e toda a terra foi inundada. A medida que a água subia, o topo da montanha crescia, para não ser inundado. Quando as águas começaram a baixar, a montanha voltou ao seu tamanho original. Os dois irmãos que eram pastores repopularam a terra. As llamas se lembraram do Dilúvio e é por isso que elas preferem viver em lugares altos.
10. América do Norte: Há muitas lendas entre as tribos indígenas. Segundo a tribo Ojibwe que tem vivido no Minnesota desde 1400, houve um tempo em que a harmoniosa maneira de viver cessou. Homens e mulheres começaram a se desrespeitar, famílias e tribos começaram a brigar entre si. Isto entristeceu Gitchie Manido (o Criador) mas ele esperou. Quando parecia não haver mais esperança, o Criador decidiu purificar a Mãe Terra através do uso da água. As águas vieram, inundaram a terra e pegaram todos de surpresa. Somente poucos seres viventes sobreviveram. Waynaboozhoo sobreviveu agarrado à um tronco de madeira (flutuando) juntamente com outros animais.
11. Groelândia: A terra foi virada e todos os homens morreram afogados, exceto um homem e uma mulher que repopularam a terra.
12. Suméria: Gilgamesh vivendo 200 anos depois do Dilúvio conta de como ele visitou Utnapishtim que o contou a estória do Dilúvio e de seu escape. A assembléia dos deuses decidiu enviar um Dilúvio para exterminar a humanidade. Entretanto Ea, a deusa da água, revelou o plano para Utnapishtim em um sonho e ele então constrói um barco para salvar a si mesmo, sua família, seus parentes, pássaros e os animais do campo. Quando ele embarcaram, choveu por sete dias e sete noites. Depois, o barco repousou no Mt. Nimush. Utnapishtim começou a soltar pássaros para se certificar do nível da água e depois de um período que não é especificado ele desceu do barco. O grande deus Enlil, inicialmente irado pelo fato de alguém ter sobrevivido o Dilúvio, sob a intercessão de Ea, concedeu a Utnapishtim e sua esposa a imortalidade.
Respondendo Alguns Argumentos
Alguns argumentam que a palavra toda não quer dizer literalmentetoda a terra. Mas na verdade o significado da palavra é determinado pelo seu contexto. Por exemplo, do contexto do todo em Lucas 2.1, nós podemos ver que todo queria dizer todo o Império Romano. No entanto, pelo contexto de Gênesis 6-9, percebe-se que não há uso de hipérboles, e que Deus quis dizer toda a terra.
Alguns argumentam que a topografia do mundo antes e depois do Dilúvio permaneceu a mesma. Para isto eles mencionam o fato de que havia um rio Tigres e outro Eufrates antes do Dilúvio, e nós temos um rio Tigres e Eufrates agora (também é argumentado que por causa disso, o Jardim do Éden estava originalmente na região da Mesopotâmia). Mas há na verdade grandes diferenças na topografia descrita no Jardim do Éden e naquela que nós temos no mundo hoje. Havia um rio no Jardim do Éden que se dividia em quatro braços (Gn 2.10-14), dois dos quais se chamavam Tigres e Eufrates. Os outros dois eram Pison e Giom. O Pison não é mencionado no mundo pós-diluviano e o Giom é usado como uma localidade das fontes de Jerusalém nos tempos dos reis Davi, Salomão e Ezequias (1 Reis 1.33,38,45 e 2 Crônicas 32.30 e 33.14). O mundo pós-diluviano não é o mesmo que o mundo pré-diluviano. A razão pela qual nós temos o rio Tigres e Eufrates hoje é a mesma razão pela qual nós temos cidades como Cambridge e Oxford na América do Norte, sendo que elas foram originalmente nomes de lugares na Inglaterra, ou pela qual nós temos a cidade de Belém no Brasil sendo que a Belém original era a cidade onde Cristo nasceu. Lugares modernos são dados nomes de lugares antigos por causa de familiaridade na sua topografia, por causa de homenagens à eventos passados ou por outros fatores.
Alguns argumentam que pelo fato da Epopéia de Gilgamesh ser anterior ao Gênesis, Moisés dever ter se baseado no Dilúvio descrito pelas lendas Sumérias para escrever o Dilúvio de Noé. Mas é mais certo aceitar a hipótese de que ambos os relatos estariam se baseando numa fonte comum mais antiga. Sem dizer é claro que Gênesis é bem mais confiável que a Epopéia de Gilgamesh. A Epopéia provavelmente é baseada num evento histórico antigo, porém distorcido. O relato de Gênesis mostra uma fidedignidade científica, consistência interna e correpondência com os registros seculares bem melhores que a Epopéia de Gilgamesh. É incrivel observar que, se Moisés tivesse copiado a Epopéia, o seu relato parece mais consistente que a própria fonte. As fontes que Moisés usou não nos são reveladas, ele poderia ter usado registros escritos, tradição oral ou simplesmente ele poderia ter recebido uma revelação direta da parte de Deus (ou uma combinação de todas elas), o importante é que ele escreveu sob a direção do Espírito. Sem dizer é claro que a Suméria era politeísta e os Hebreus eram monoteístas. Um povo monoteísta jamais usaria uma fonte que exaltava o politeísmo como base do Pentateuco. Wilhelm Schmidt, um grande erudito, já havia oferecido muitos poderosos argumentos no seu livro The Origin and Growth of Religion, de que o monoteísmo era a religião original da humanidade. Até hoje ninguém conseguiu refutá-lo. Isto prova mais uma vez, que se os Sumérios eram politeístas, certamente havia então civilizações mais primitivas que eram monoteístas, e elas eram então a fonte a qual a Epopéia e o Gênesis emprestaram (assumindo que Moisés usou fontes orais ou escritas). Sem dizer que as demais tradições do Dilúvio espalhadas pelo mundo servem de evidência de que elas se originaram dos filhos de Noé.
Alguns argumentam de que o kanguru não poderia ter pulado até a Austrália porque não há fósseis de kangurus no caminho. Mas a pressuposição de que tais fósseis estariam ali é um erro. Para que algo seja fossilizado, isto requer um enterro rápido e brusco. De outra forma os ossos se decomporão antes da mineralização. Por exemplo, embora tenha existido milhões de bisões que dominavam os campos da América do Norte, raramente um fóssil de um bisão é encontrado lá. Como que o kanguru chegou até a Austrália é fácil de responder: da mesma forma em que os primeiros colonizadores modernos introduziram um pequeno número de coelhos na Austrália e hoje você encontra um coelho em cada esquina! A questão oposta, como que os kangurus vieram da Austrália até a Arca também é fácil de responder. Os continentes não são os mesmos que eram antes do Dilúvio.
Alguns também argumentam que existiram várias Idades Glaciais (Ice Age) baseando suas observações no uniformitarianismo. É bem possível que a Idade Glacial tenha acontecido após o Dilúvio. Segundo alguns modelos criacionistas, o Dilúvio causou a Idade Glacial, a qual serviu de condição transicional entre o Dilúvio e o presente clima. Isto também condiz com o repovoamento do novo mundo. Pois os descendentes de Noé assim como também os animais possivelmente atravessaram os novos continentes por camadas de gelo (ou por barco). Isto explicaria a presença do homem nas Américas. Um Dilúvio global certamente causaria grandes mudanças na crosta da terra, assim como também grandes terremotos e vulcanismos.
Os céticos sempre dizem que a Bíblia não é um livro de ciência. De certa forma isto é verdade – pois os livros de ciência mudam todo ano e a Bíblia permanece para sempre a imutável Palavra de Deus, e de um Deus que não pode mentir. Entretanto a Bíblia pode ser confiada sempre quando ela toca em qualquer assunto de interesse científico, inclusive ecológico. A Bíblia nos dá o grande panorama. Dentro deste panorama, nós podemos construir modelos científicos que nos ajudam a explicar como que os eventos do passado ocorreram. Tais modelos não são infalíveis, mas a Bíblia continua sendo inerrante. Isto quer dizer que enquanto pesquisas futuras podem demonstrar certas falhas em tais modelos, elas jamais demonstrarão falhas na Bíblia. Como nós vemos, o Dilúvio universal é claramente ensinado pela Bíblia. As únicas razões para interpretar tais versos de um modo diferente não vêm da evidência textual, tais razões vêm de fora da Bíblia (e.g. a pressuposição do uniformitarianismo).
J.S. Cavani
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"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."
Agostinho de Hipona